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terça-feira, 3 de junho de 2014

Dia X–O eterno retorno

     Fala pessoal, tudo beleza? Então, pra comemorar a volta – bem, queria dizer volta, e comentar todo empolgado sobre as coisas, mas pra variar estou enrolando com isto – e talvez encher um pouco de linguiça… Ah, nem sei bem o que falar, só sei que quero escrever, saca? x.x

     Bem, entrando no título, nada mais adequado que pegar uma ideia de Nietzsche, justamente a que inicia este texto: A noção do eterno retorno – que tem eras que eu li o Assim falou Zaratustra, O Anticristo, e o Humano, demasiado humano, então me corrijam se eu passar da conta – é que, como podemos pensar, uma hora as coisas começam a se repetir. E ele encara isso de maneira mais ou menos literal, assim chega a um ponto de nossa vida onde as coisas simplesmente começam a se repetir, como se preso em um loop eterno, inexorável. Acho que na época – 17/18 anos – achei a ideia bem boba, mas olhando hoje, não diria que isso é de todo estranho. Digo isto mais pelos ciclos de marasmo que eu tenho, e que provavelmente a maioria das pessoas têm; dias repetidos, fazer sempre a mesma coisa, ter ações diferentes e sempre voltar ao que era no começo. Não estou falando da rotina, que é outra coisa, mas da inércia que pode acometer o ser. E engraçado como, extrapolando um pouco o pensamento, essa inércia é justamente o mal que até nos impede de mudar as coisas, o famoso medo do desconhecido…. Enfim, a ideia é justamente desse pensamento de Nietzsche, e acho que a evoquei pois quero exorcizar este meu demônio.

     Agora, fugindo do assunto, deu vontade de falar um pouco da situação atual, ou de coisas que queria fazer por aqui, mas vou simplesmente falar um pouco de geometria de Weyl; na verdade, vou preguiçosamente falar um pouco pra vocês sobre a dita cuja, para testar se ainda funciona a inserção de comandos de LaTeX por aqui ^^

1 – Equivalência conforme em Variedades diferenciáveis.

     Para começar, tomemos $M$ como uma variedade diferenciável de dimensão $n$, e $C(M)$ o conjunto de todas as métricas definidas em $M$. Neste conjunto, podemos construir a seguinte relação de equivalência: dizemos que $g_1$ e $g_2$ são conformalmente relacionadas se existe uma função $\lambda:M\rightarrow\mathbb R$ tal que, a cada ponto $p\in M$,

$$g_2(p)=e^{\lambda(p)}.g_1(p).$$

Assim, dizemos que $g_2\sim g_1$, e o conjunto $C(M)/\sim$, cujos são elementos são as classes de equivalência construídas, é dito classe conforme de $M$. Assim, o par $(M,[g])$ é dito uma métrica conforme  em $M$.

2 – Conexão de Weyl.

     Bem, vamos agora dotar $(M,[g])$ de uma conexão linear. O problema aqui é que, apesar de cada representante de $[g]$ induzir naturalmente uma conexão riemanniana, a conexão é diferente para cada membro, o caráter riemanniano de um dos representantes não é “preservado” quando trocamos de elemento, “quebrando” a invariância conforme. Mas Weyl mostrou que podemos, dentro da classe, introduzir uma conexão linear $\nabla$, da seguinte forma: A cada representante da classe, associamos uma 1-forma $\omega$, de tal forma que

$$ \nabla_X g=\omega(X).g,$$

Assim, quando efetuarmos a mudança entre elementos de $[g]$, esta relação será preservada se tivermos a mudança

$$ \omega_2=\omega_1+d\lambda$$

onde $d\lambda$ é a diferencial da função $\lambda$.

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Outro dia continuamos com isto, bora ver se cola xD

     See ya at the next savepoint,

Aurélio.

Ps.: Sim, tem um tempo que este texto está no rascunho, e mais do que nunca, esta inércia dos infernos se adequa ao bendito do texto. Eu quero exorcizar isto de mim, sabe? E por mais que isto pareça uma vitrola quebrada, que ainda seja a mesma lenga-lenga de sempre, eu tenho que mudar, pelo simples motivo de que não dá mais; como dominarei o mundo se não consigo nem acordar cedo pra fazer café para a minha mulher? Se nem consigo por ordem nos meus pensamentos, na minha vida? Ah, isto está virando outro texto, então vou deixar esta lamúria para outra hora, e que Lenneth nos ajude a esconjurar esta porra! \o/

domingo, 17 de março de 2013

Conto Zen–O Ganso na garrafa

     “Li-k’u, alto oficial do governo da dinastia T’ang, perguntou a Nan-chuan, mestre que foi lhe fazer uma visita:

     - Há muito tempo, um homem mantinha um ganso dentro de uma garrafa. Este cresceu tanto que não podia mais sair da garrafa. O homem desejava retirá-lo, mas não desejava quebrar a garrafa nem ferir o ganso. Como poderíeis fazer com que saísse da garrafa nestas condições?

     O sábio repentinamente gritou:

     - Li-k’u!

     Li-k’u respondeu, assustado:

     - O que foi?!

     O mestre disse, afastando-se:

     - O ganso já está fora.”

(Autor desconhecido)

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     Pois é, castelo demolido, tudo indo pras cucuias… Antes de tudo ir pro caralho, voltar pra prancheta e refazer os planos… Gowgowgow!

 

     See ya at the next savepoint,

Aurélio.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Contos Zen e Koans

     Fala aí pessoas, tudo bem? Estou experimentando uma coisa nova hoje, que é simplesmente sentar e escrever sobre alguma coisa que venha à mente… Tem um tempo que queria fazer isso, mas só agora sentei e cá estamos; Antes tarde do que nunca, não? xD

     Hoje queria falar sobre algo que eu acho legal, que é o Budismo, e as filosofias orientais em geral. Na realidade não sobre o Zen em si, pois acabaria me empolgando e escrevendo uma penca de coisa, o que acaba fugindo da definição do Zen – para variar, conceitos metafísicos são ariscos para serem emoldurados em definições :P Mas voltando ao que eu queria comentar, é sobre como os ensinamentos sobre o Zen são ensinados, que são através de duas ferramentas:

Contos Zen

     Esses são praticamente iguais aos de qualquer religião, com a diferença de que aqui temos a temática oriental exposta. Se você procurar algum conto, provavelmente achará que ele não tem sentido algum, ou que se esquiva de explicar exatamente o que é o zen, justamente pelo fato dele ser, em última instância, sem explicação (tá, eu sei disso :P)… Para não deixá-los completamente no vácuo, exemplifico isso com um conto, posto aqui na íntegra.

“O médico e o Zen (Autor desconhecido)

     Kenso Kusuda, diretor de um hospital em Nihonbashi, Tóquio, recebeu um dia a visita de um velho amigo, também médico, que não via há sete anos.

     - Como vai? – perguntou Kusuda.

     - Deixei a medicina… – respondeu o amigo.

     - Ah, sim?

     - Na verdade, agora eu pratico o Zen.

     - E o que é o Zen? – quis saber Kusuda.

     - É difícil explicar… –hesitou o amigo.

     - E como é possível entendê-lo, então?

     - Bem, deve-se praticá-lo.

     - E como faço isso?

     - Em Koishikawa, há uma sala de meditação dirigida pelo Mestre Nan-In. Se quiser experimentar, vá até lá.

     No dia seguinte Kusuda dirigiu-se à sala de meditação do Mestre Nan-In. Ao chegar, gritou:

     - Com licença!

     - Quem é? – responderam lá de dentro. Um velho de aspecto miserável, que se aquecia junto a um fogareiro próximo ao vestíbulo, dirigiu-se a ele. Kusuda entregou-lhe seu cartão e o velho, após dar uma olhada, disse sorrindo:

     - Olá! Faz tempo que o senhor não aparece!

     - Mas… é a primeira vez que venho aqui! – disse Kusuda, surpreso.

     - Ah, sim? É a primeira vez? Como está escrito ‘Diretor de Hospital’, pensei que fosse o Sasaki. O que o senhor deseja?

     - Quero falar com o Mestre Nan-in.

     - Já está falando com ele! – disse o velho, abrindo um largo sorriso.

     - Então o Mestre Nan-in é o senhor? – disse Kusuda meio desconfiado. - Esperava alguém mais ‘venerável’.

     - Eu mesmo. – respondeu o velho, sem dar mostras de resolver a mandar seu visitante entrar.

     Já meio desanimado e um tanto desdenhoso, Kusuda decidiu falar ali mesmo, de pé, no vestíbulo:

     - Eu gostaria que o senhor me ensinasse a praticar o Zen.

     O velho olhou para ele e disse:

     - Praticar o Zen? O senhor é um médico não? Deve então tratar bem de seus doentes e se esforçar para o bem de sua família, o Zen é isso. Agora, pode ir embora.

     Kusuda voltou para casa, sem entender nada. Intrigado com as palavras de Nan-In, três dias depois resolveu visitar novamente o velho Mestre. Nan-In atendeu-o novamente no Vestíbulo.

     - Novamente o senhor aqui? O que deseja?

     - Insisto para que o senhor me ensine a praticar o Zen! – disse Kusuda petulantemente.

     - Ora, nada tenho a acrescentar ao que já disse outro dia. Vá embora e seja um bom médico. – E fechou a porta.

     Dois ou três dias depois, Kusuda novamente voltou a ver o Mestre, pois absolutamente não conseguira entender suas palavras.

     - Outra vez aqui?

     - Eu vim porque não consegui entender suas palavras, por mais que pensasse sobre elas.

     - Pensando nas palavras é que o senhor não vai entender coisa nenhuma mesmo! – disse o velho monge.

     - Então o que eu devo fazer? – disse Kusuda, já quase desesperado.

     - Procure perceber por si, ora essa! Agora, vá embora.

     Mas Kusuda desta vez zangou-se muito e respondeu:

     - Por três vezes, embora tenha muitos afazeres, larguei tudo e vim até aqui pedir-lhe para me ensinar o Zen e sempre o senhor me manda embora sem me dar o mínimo esclarecimento! Que espécie de mestre é o senhor, afinal!?!

     - Ah! Finalmente zangou-se! – exclamou o Mestre.

     - Mas é evidente! – desabafou o médico.

     - Então agora chega de palavreado e seja educado! Faça-me uma saudação.

     Encarando fixamente o velho monge, Kusuda reprimiu sua vontade de dar-lhe um soco na cara e inclinou-se em reverência. O Mestre então o conduziu à sala de meditação e o ensinou a praticar zazen.

     Anos depois, Kusuda finalmente entendeu porque o Zen também é cuidar bem dos doentes e esforçar-se para o bem de sua família.”

 

Koan

     Estes são relativamente mais simples (e talvez mais sem sentido ainda). Basicamente, Koans são charadas, normalmente proferidas de um mestre para um discípulo, e cujo objetivo é forçar o discípulo a vislumbrar a essência do zen. Sem muita enrolação, um exemplo clássico de koan é o enigma a seguir:

“Qual o som da palma de uma mão só?”

Pois é, sem resposta lógica, não? E é exatamente aí que reside a força do koan, pois como os mestres comentam, é um enigma que não deve ser vencido por lógica pura, “deve vir de dentro”. Como já deu para imaginar, às vezes os dois aparecem acompanhados, o koan sendo um participante dentro do conto.

     Enfim, acho que é só. Quem quiser se aprofundar mais nisso pode, por exemplo, ler os livros de um camarada chamado Alan Watts, um grande divulgador da cultura zen no ocidente; o mais introdutório deles é o Espírito do Zen, curtinho, dá pra ler no banheiro xD Queria finalizar este com um conto, que eu acho muito foda =D

“O concreto imaginário (Autor desconhecido)

     Um monge perguntou a Chao-chou:

     ‘O que dirias se eu chegasse ante vós sem nada trazer?’

     Chao-chou respondeu:

     ‘Deixai-o aí mesmo, no chão’.

     O monge contestou:

     ‘Mas eu disse que nada trazia, como então poderia pôr algo no chão?’

     ‘Tudo bem então’, comentou Chao-chou, despreocupado, ‘nesse caso, levai-o daqui’.”

 

     See ya at the next savepoint,

Aurélio.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Retrospectiva 2011

     Fala aew galera, beleza? Faz um tempo que eu não escrevo, mas estou querendo retomar, e por isso pensei em fechar o ano com um balanço (tá, já estamos em 2012, mas eu tava brincando com o celular novo que eu comprei um pouco ocupado com umas pendências aqui), pra voltar com todo o gás pra este espaço... Então, vamos lá:

     Este ano foi bom, aconteceu um bocado de coisa... Teve o concurso, por exemplo: Atualmente, sou Professor Assistente Auxiliar I pela Universidade Federal do Amazonas, no campus de Itacoatiara. No fim do ano, quando fui chamado, fiquei um tempo lá, organizando as coisas, vendo casa, essas coisas de forasteiro na cidade, e sabe de uma coisa? A cidade é mó legal! Tá, é cidade de interior, então não tem shopping, tem pouca gente, o acesso as coisas não é facilitado, mas a cidade é calma, é pequena, é barata... Ganhou meu coração, até pq posso ir pra Manaus se sentir falta da muvuca, são só três horas e meia de viagem \o/ A minha única preocupação é com a adaptação mesmo, entrar no ritmo de dar aula, dar uma boa aula, essas coisas... Eu já cheguei a dar aula em reforço escolar, e tenho umas monitorias no meu currículo, mas não é a mesma coisa; desejem-me sorte =D 

     Tirando isso, o ano até que foi produtivo, consegui pagar um bocado de disciplinas, estudei um bocado de coisa (e quase não mexi na tese, puta merda x.x), me diverti pacas com a minha (ex-)namorada, chegamos a completar um ano (yaayyyyyyy \o/) e acho que cresci muito como pessoa por causa dela... Aprendi a fazer doce, licor, pão, uma penca de coisa! E também a analisar coisas por outros pontos de vista, entender mais as pessoas, essas paradas de tato humano que eu não sou tá ligado assim ;p Mas não vou falar mais disso, sou uma porta ainda xD

     Fiz alguns amigos, mas acho que foi mais legal por ter finalmente falado com a maioria ao vivo... Como estava meio ocupado com a minha vida real, a vida online foi meio que dando uma paradinha (mentira. O pessoal que não falava comigo, e então decidi cagar pra isso xD), mas como fiquei esse tempo em Manaus, deu pra colocar caras em algumas pessoas (fala aew Priscilla o/) e rever velhos companheiros... Eu estou colocando na cabeça a idéia de falar com todos os meus amigos pelo menos uma vez durante o 2012, até pq não vai ter ano que vem e acho que consigo isso ^^

     Bem, poderia espremer mais um pouco aqui, mas estou no ponto de encheção de lingüiça, e o Episódio G tá me olhando da estante... Falou pra vocês o/

     See ya at the next savepoint =D

Aurélio (Assistindo Predador na TV, muito foda!)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Aforismos, Parte 03

E aew povo, beleza? Bem, pra variar, esta semana está sendo até que legal, apesar da aula lixo que eu dei na terça... Vai entender, mesmo tendo tudo preparado, caguei fino ;~~ Mas cortando o mimimi, vamos ao dito cujo, que eu peguei quando estava começando a semana... É o aforismo 18,
"Esforço e talento."

Bem conveniente, não? Pois é, eu acho que este livro é amaldiçoado, só pode xD No mais, fim de semana tem mais \o/

See ya at the next savepoint,

Aurélio

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O que procuramos nas pessoas?

     Bem, vindo pro Departamento (pois é, eu estudo quando todo mundo tira folga ¬¬') fiquei pensando na frase acima… O que exatamente nos motiva a querer a companhia de outras pessoas? Inicialmente, você pode dar a resposta que eu acho até um pouco ingênua: Procuramos semelhanças entre nós e as outras pessoas, queremos amigos para poder dialogar sobre as coisas, e pans… Mas pensa um pouco: Alguém parecido com você seria um pouco chato, não? Imagine se dialogando consigo mesmo, por exemplo. A menos que você seja uma pessoa não-clinicamente diagnosticada (como talvez eu seja :P) ou talvez um pouco mais inquisitora, você terá uma pessoa que concordará quase que completamente com a sua opinião, no máximo dando um ou outro pitaco, mas sem contribuir concretamente com algo… Isso me faz pensar que podemos relaxar isso, e então queremos pessoas ao nosso redor que pensem, tenham as suas próprias opiniões, e as saibam exprimir de forma lógica…

     Certo, então queremos pessoas não tão parecidas conosco, certo? Bem, isso esclarece quase nada, pois na verdade o que queria era talvez tentar exprimir razões, coisas que nos fazem querer a companhia de outros. Bem, vou tentar olhar pra mim mesmo então, pra ver se sai algo… O que eu procuro numa pessoa? Basicamente, eu acho que, embora não seja a maçã mais elétrica do cesto, quero alguém pra conversar, talvez sobre qualquer coisa, em qualquer lugar… Não precisa ser uma pessoa com conhecimento enciclopédico, pois me parece (e tomara que eu não esteja muito errado) que não se precisa ter lido Do Contrato Social, por exemplo, para se discutir a idéia de políticas sociais, e talz. O que eu acredito que se precise é de um cérebro, mas na forma de pensamento lógico e argumentação. Não quero pessoas que tenham idéias prontas, mas que antes de mais nada estejam dispostas a dialogar sobre elas. Poderia continuar aqui até amanhã, mas vamos prosseguir…

     Outra coisa que eu procuro é a não-tão-seriedade assim para com a vida. Tá, de acordo com o que eu acho, temos que levar as coisas a sério, mas o que quero dizer é que tem pessoas que levam as coisas a sério demais. Pessoas que se irritam fácil, não toleram falhas dos outros, parece que a cada dia elas estão ficando mais comuns, sei lá. Não estou dizendo pra todo mundo ser porra-louca e virar loucura total, mas não é o fim do mundo quando o bolo sola, sabia? Mais um ponto que eu não preciso me alongar, pois achei a frase certa: Pessoas zen, cool-minded… Ou na Vibe, dá no mesmo xD

     Bem, mas acho que escrevendo um pouco consigo ver melhor algumas coisas. Acho que o que procuramos nas pessoas deva ser aquele sentimento de familiaridade, aquele “quê” que te deixa bem perto da pessoa… Companheirismo é algo que emerge naturalmente dessa relação, quando correspondida. Acho que com isso, não precisa a pessoa concordar com você, nem precisa conversar com você, pois você se sente bem, se sente em paz (credo, que parágrafo mais auto-ajuda /o\) Pois bem, paremos por aqui, e esse papo continua outro dia… E você, o que procura nas pessoas?

See ya at the next Savepoint

Aurélio (O Novo CD da Alanis é legal oh ^^)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Espada de Dâmocles? Duas, por favor…

     Bem, para iniciar este post, gostaria de contar uma pequena anedota moral, creditada a Cícero, orador romano, que cita como sendo de um camarada chamado Timaeus de Tauromenium, e faz parte do folclore da Sícilia antiga. (Para mais detalhes, pode começar por aqui) Sem mais delongas, vamos lá:

     Era uma vez, nas terras de Siracusa, um cortesão chamado Dâmocles, da corte do rei Dionísio II, o tirano local. Todo dia Dâmocles derramava vários elogios para o seu senhor, dizendo o quão afortunado e cercado de coisas magníficas ele estava. Dionísio, cansado da tolice de seu cortesão, propôs a ele que trocassem de lugar por um dia, para que ele pudesse provar dessas bênçãos. No dia seguinte, Dâmocles foi tratado como o rei, com honrarias e toda a pompa possível. No fim do dia, foi servido um banquete em sua homenagem, e ao fim deste parcebeu, para o seu desespero, uma espada afiadíssima acima do trono, segura apenas por um mísero fio de cabelo. Horrorizado, fita Dionísio ao seu lado, que retruca:

     - Você está surpreso? Eu cheguei ao poder com o uso da violência, e fiz muitos inimigos. Cada dia a mais que governo esta cidade, minha vida passa por um perigo igual ao que a sua está passando agorea.

Percebendo o quão tolo foi, pediu para que eles desfizessem o acordo, pois não queria ser mais tão afortunado.

     Bem, interpretações à parte, a verdade é que parece que respondo bem sob pressão, embora esse semestre eu tenha abusado um bocadinho dela. Quase que a corda rompe e, sinceramente, eu não estou nem um pouco preparado, ou ainda não precebi a real gravidade do que pode acontecer se ela se romper… Tenho que tomar medidas mais enérgicas, para que eu consiga fazer as coisas de maneira mais eficiente… Este ano eu fiz um bocado de coisa, mas ainda não o suficiente. Tenho que correr atrás disso, e parar de ficar me lamentando pelos cantos, e escapando pelas frestas dos meus vícios. É engraçado como se deixar levar, escapar das coisas, é tremendamente mais fácil…

     Enfim, mimimi’s à parte, este ano foi um ano bom, embora um pouco conturbado, e estou retomando esta bagaça, pra ser o estopim da tão aguardada Revolução!

See ya at the Next Savepoint o/

Aurélio (Ouvindo OST de Tron Legacy, Puta merda \o/)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Rebooting – Second shot

     Bem, faz tempo desde a última vez, não? Tenho deixado toda a vida online pegar poeira, mas felizmente foi por um bom motivo: Finalmente as coisas estão andando! Basicamente, em mais um dia de infinita piema, preguiça, e procastinação, comecei a folhear o livro do Baltazar e, como se quisesse sacanear, retornou os aforismos 17 e 18; em ordem,

“Variar no modo de agir.”

“Esforço e talento.”

O primeiro é até óbvio, e o segundo, embora mais sutil, é tão importante quanto. Parei para pensar nisso, e percebi que estou a bastante tempo batendo nas mesmas teclas, querendo encaixar quadrados em círculos. Parecia um bom plano, mas o constante remendo, e a imposição, estão mais atrapalhando que ajudando. Por isso o reboot: Recomeçar, ir por outros caminhos, testar outras estratégias. E mais, ao fazer isso, procurar o equilíbrio entre o a caneta e a espada, ou entre o afago e o sermão. Espero que continuemos assim, e a medida que novos postos forem conquistados, os deixo em dia, caros 1d4-2 leitores.

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Aurélio (Tomando chá de hortelã megafoda, ouvindo Megadeth, e lendo a bula do chá, olha só ^^)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Aforismos, Parte 02

     Semana atulhada, cheia de coisa pra fazer, mas ainda assim mal aproveitada… E pra piorar, ou a vida está sacaneando comigo, ou eu tenho um maldito azar com essa brincadeira dos aforismos (explico outro dia :P), mas o aforismo em particular me deixou totalmente reflexivo… Novamente, é do livro do Baltazar, e aqui está, o aforismo 238:

“Saber a peça que lhe falta.”

É engraçado como isso me acertou em cheio na sexta, e ficou ecoando na cabeça ao longo do fim de semana… Mas deixo isso pr’outro dia, quando organizar as idéias.

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Aurélio (Indo estudar geometria, pra ver se saio do marasmo ^^)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Aforismos, Parte 01

     Bem, pra variar, eu deixei o blog pegando poeira, mas não se preocupem, meus caros 1d6-4 leitores… Estou conseguindo me organizar, e no meio da monitoria, (pois é, diz que agora eu estou trabalhando com monitoria pro povo da Graduação. Vai entender xD) os 433.002 trecos que eu tenho que estudar, e tudo o mais, vou retomar as atividades neste espaço… Estou pensando em escrever mais sobre Física, e outras coisas, e enfim… Este quadro é mais uma espécie de “backup”, pois vou apenas jogar o aforismo, mais como se fosse o “mantra do dia”. Mas vamos parar de blábláblá e começar: O que eu pesquei hoje faz parte do Livro A Arte da Prudência, de Baltazar Grácian. É uma compilação (eu acho) de aforismos, que ele vai comentando. É um livrinho legal, pra ser lido sem preocupação. Sem mais delongas, vamos ao aforismo 8:

“Não ceder a paixões: A qualidade espiritual mais elevada.”

No mais, vamos ver se essa semana vai dar retorno, e larilari xD

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Aurélio (Ouvindo O tal novo álbum do Iron Maiden, e até que não é ruim :P)

sábado, 17 de julho de 2010

(Mimimi) Sobre o Mega hiato.

     Bem, caros meus 1d4-3 leitores, provavelmente vocês devem estar dando da minha falta, certo? Seria muito legal pensar assim, mas a verdade é que quase ninguém atualmente dá falta de mim… Mas bora deixar de mimimi e vamos ao que interessa: O motivo desse mega hiato foi simplesmente o fato deu ter me enrolado com os meus estudos, e tive que compensar isso com uma série desvairada de estudos, conseguindo a proeza épica de aprender o basicão de francês em um mês, (Je ne parle pas francais encore, mais je parlerai demain… ^^) e revisar um bocado de eletro. Bem, os exames foram semana retrasada, e agora, nessa semana – pra variar, eu não acessei a internet essa semana, pois estou em São Paulo, pra Escola de Geometria Diferencial – descobri que eu passei \o/ e cara, São Paulo é foda, puta merda *.* Isso, junto com alguns pensamentos que eu tive ao longo da viagem, me fez dar um estalo, e se der tudo certinho, vai consolidar toda a revolução que se iniciou a um certo tempo… Cara, tenho que fazer minha vida valer, fazer parte das coisas, ser mais ativo na minha vida… Mas esse blábláblá todo não vai fazer nada; o importante vai ser arregaçar as mangas, e começar a valer o arroz que como… Na parte que lhes tange, acho que vou começar a falar mais sobre as coisas, elaborar mais textos, mais pra organizar as idéias, e pescar as coisas na minha mente… Comprei mais um caderninho, e vou começar a usar esse espaço mais intensamente. (vixe ;p) So… Let’s go dude \o/

See ya at the next savepoint,

Aurélio

sábado, 15 de maio de 2010

O Incêndio de Alexandria (Na minha memória x.x)

     Pois é… Mais de uma semana de hiato, mas desta vez eu tenho a perfeita desculpa… Meu computador morreu, deixando metade da minha memória completamente apagada… Uma total merda, pq um dia antes eu apaguei o pendrive do backup, e no outro acontece essa catástrofe /o\ Mas isso já parece ser notícia velha… Vamos ao que interessa:

     Semana de reflexões, e escolhas um tanto dolorosas… Pra variar, decidi escolher pelo caminho atual, cortando um pedaço da carne, ao invés de apenas gordura. Uma decisão totalmente contrária a tudo que eu tinha pensado anteriormente, mas essa semana me fez simplesmente ver que cheguei ao meu limite; não vou precisar exatamente o interím dessas reflexões, me limitando apenas a dizer o que aconteceu…

     Bem, então de volta à prancheta, e trabalhar pra fazer as coisas irem pra frente! Deixar de reclamar das decisões, e fazer com que o que você decidiu dê certo… Para o infinito e além! \o/

     See ya at the Next Savepoint,

Aurélio.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sobre cortar a gordura

     Em primeiro lugar, olá ^^ Esses dias têm sido de reflexão, em parte desencadeadas pelo acidente do gato da minha irmã, a figura preguiçosa aí abaixo:

Imagem 532

(Pois é, o sofá é roxo mesmo. Culpa da minha irmã :P)

     Ele quebrou a perna ao cair da janela, e fraturou um dos membros posteriores. Mas não foi exatamente o acidente que me fez pensar, pois eu não sou tão apegado assim ao gato; O lance foi que eu acabei percebendo que poderia ter sido não com ele, mas comigo ou com a minha irmã, e notei que eu não tenho nenhum esquema preparado, nada que possa suportar qualquer intervenção, de espécie alguma. Antes que alguém diga “Ah, mas têm hospitais para humanos, e lari lari”, eu estou tentando falar da situação da maneira mais geral possível… O meu ponto é: Eu não tenho nenhuma espécie de suporte. Nenhum backup, nenhum fundo, nenhum striker, porra alguma. E isso é algo muito ruim; eu não posso me garantir com nada, não tenho apoio pra nada… Percebeu onde eu quero chegar? Pois é… Como a minha mãe diz, estou fudido sem eira, nem beira, e nem folha de parreira…

     Bem, aí é que vem a parada… Eu acho que precisei chegar a esse ponto pra finalmente querer colocar os esquemas em andamento… Parar de procastinar na minha vida, fazê-la se mover… Como disse no começo, cortar a gordura: Parar de morgar, fazer o que tem que ser feito, ser preciso e direto (pleonasmo?) Parar de perder tempo com situações, e coisas, desnecessárias, cumprir as coisas que foram definidas… Enfim, deixar de ser o guri de hoje, que constantemente abusa da sorte, e dá muita margem pro azar, pra ser um homem, que vai lá e cumpre o que foi feito. E é só.

     No mais, esse post acabou sendo mais rápido que o esperado, e prefiro não me alongar mais. Vou começar a atualizar isso com mais frequência, pois estou querendo expulsar todas as idéias que ficam martelando na minha mente e, afinal, este espaço serve pra isso ^^

     See ya at the Next Savepoint,

Aurélio (Ouvindo Rhapsody of Fire, banda foda =D )

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Preconceituoso? Sim, eu sou… E você também ._.

Bem, provavelmente isso soou um pouco forte na cabeça de quem ler isso, mas discutindo um pouco uns dias aí (Na realidade, acho que tem quase um mês que estou enrolando pra escrever este /o\), e agora que estou com tempo livre, vou despejar tudo de uma vez, digerido do jeito que está aqui ^^ Mas vamos lá:

Basicamente, em qualquer dicionário (Como aqui, aqui, e aqui, só pra citar), o preconceito é aquela opinião pré-formada que você tem sobre algo. Os dicionários, e toda a sociedade atual, o cunham como uma coisa horrenda, pré-requisito para qualquer discriminador, que deveria ser punido sei lá, com chicoteadas no tronco, em praça pública… Mas qual é a raiz da palavra mesmo? Ah é,

Preconceito=pré+conceito,

ou seja, é aquela opinião que você forma, sem conhecer nada sobre o objeto em questão, daquela observação primeira que você não fez, é aquele pensamento que você tem quando olha de relance para aquele cara na sala de aula de “putz, esse cara é chato pra cacete”, e por ai vai. Claro que racionalmente não vale de nada, o que vai nos dar informações sobre o objeto é a interação direta, mas parece que somos seres precavidos, gostamos de saber de antemão com o que estamos lidando, de prever como é aquela coisa, e por aí vai, deixo essa parte nas asas da sua imaginação ^^

O meu ponto é que todo mundo faz isso, em menor ou maior grau. Claro que somos encorajados a deixar isso de lado, de interagir com o objeto, para saber como ele realmente funciona, e tal… Tá, eu me desliguei um pouco, pois essa parte do “encorajados” foi a minha mãe que me deu esse presente, e é uma coisa que prefiro deixar pra outro dia. E fecho aqui, por pura preguiça, e falta de mais capim pra ruminar…

See ya at the next savepoint \o/

Aurélio

sábado, 31 de outubro de 2009

Fábulas, Parte 04

     E, por fim, a última fábula, a mais foda de todas =D

SANGUIS: O Leão e o Camundongo

Moral para os Mestres: Tenha esperança, mesmo diante da perda de liberdade, e mantenha um compromisso com a verdade, e você controlará sua própria vida.

     Dizem que há muitos anos atrás havia um leão que vivia uma vida preocupada como rei da selva. Embora tivesse poucas responsabilidades e ninguém com quem se preocupar, ele precisava cuidar de si mesmo, pois a traição era algo comum na sua corte. Todos os animais tinham inveja dele, pois parecia que o leão tinha tudo: poder sobre os animais da selva e a liberdade para viver a voda como quisesse.

     O leão, no entanto, acreditava que tinha muito pouco: A corte que ele presidia era corrupta. Ele procurara por muito tempo pela felicidade: ele havia tiranizado outros, mas criara apenas inimigos. Ele tentara ocupar a sua mente com estudos, mas encontrara teorias insípidas. Ele tentara fazer amigos, mas eles pareciam apenas respeitar a sua posição. Ele tivera que desistir da família e amigos para encontrar o conhecimento; e quando encontrou o conhecimento, encontrou o poder; quando encontrou o poder, encontrou seus inimigos; e quando encontrou seus inimigos, eles destruíram sua família e seus amigos; ao lutar contra esses inimigos, ele descobriu uma razão para lutar, mas depois descobriu que esta razão era sombria.
     Agora, o leão estava cercado pelos conselheiros mais inteligentes da selva, mas nenhum deles era capaz de mostrar-lhe o que era a felicidade. Na realidade estes mesmos conselheiros ajudavam-no a procurar a felicidade mas ao mesmo tempo planejavam matá-lo. O leão, que era antigamente estava convencido de que encontraria aquilo que procurava, não estava mais tão certo.
     Um dia, no calor do meio dia, enquanto seus conselheiros estavam dormindo, o leão passeava pelo jardim quando encontrou um camundongo.
     - Bom dia pequeno camundongo - disse o leão. - Como você entrou nos jardins reais?
     - Desculpe, Majestade, mas eu tive que entras às escondidas para encontrá-lo. - Respondeu o camundongo.
     - Para encontrar-me? - O leão riu - Você não sabe que estes jardins são privativos? Eu poderia mandar matá-lo.
     O pequeno e corajoso camundongo respondeu: - Oh, por favor, ouça o que tenho a dizer. Eu procurei por Vossa Majestade em todos os lugares, e eu imploro para que me deixe falar.
     O leão, que não pretendia matar o camundongo, estava admirado com a coragem do pequeno. - Fale, - ele disse.
     - Obrigado, Majestade. - Ele disse, curvando-se. - Veja, eu procurei a Resposta em todos os lugares; eu viajei de cidade em cidade, mas ainda não encontrei aquilo que eu procurava. Contudo, disseram-me que o senhor era inteligente e sábio. Eu ousei ter esperanças que o senhor pudesse guiar-me à Cidade que procuro.
     - Que Cidade é essa? - Perguntou o leão.
    - Ora, a Cidade que tem a Resposta, Vossa Majestade. - Respondeu o camundongo.
     - A resposta para o quê, camundongo? - Questionou o leão.
     O camundongo respondeu: - Para a vida, Senhor.
     O leão riu, entretendo-se amargamente. Ele disse: - A vida é apenas uma série de fracassos, cada um mais irremediável que o outro. Essa é a sua resposta.
     - Perdoe-me, Vossa Majestade, mas o senhor está errado. Apenas aqueles sem esperança diriam tal besteira. eu tenho certeza que existe uma Resposta, e eu pretendo encontrar a Cidade que a possui.

     A franqueza do camundongo surpreendeu momentaneamente o leão, que estava acostumado às bajulações falsas da corte. Ele disse: - Camundongo, você está certo. Eu tenho certeza de que há uma resposta. Eu hesito em responsabilizar-me por mostrar-lhe o caminho, mas você me deu confiança no nosso sucesso eventual.
     O camundongo perguntou: - Então você irá mostrar o caminho?
     - Eu irei, se puder. -
Disse o leão.
     Anos mais tarde, o leão, lembrando-se das suas aventuras com o camundongo, relembrou-se de sua partida sombria. Atravessando grandes distâncias pelo reino do leão, o camundongo não havia encontrado sua Cidade. Finalmente, ele teve que dizer adeus ao leão, que estava mal-humorado e triste.
     O leão disse: - Sinto muito que você tenha que ir, camundongo. Eu sei que há uma Cidade escondida em algum lugar deste reino, e eu estou determinado a encontrá-la. Sinto muito que você não a tenha encontrado.
     - Vossa Majestade,
- respondeu o camundongo, - Já estamos procurando há muitos meses, e eu estou cansado. Tenho saudades de meu lar.
     - Então procure seu lar, camundongo. Algum dia você voltará aqui e continuará nossa busca.

     - E você vai voltar à Corte? - Perguntou o camundongo.
     - Corte? Não, pelo amor de Deus, camundongo. A Corte é uma distração para a minha busca. Eu nunca controlei tanto a minha vida quanto agora. E pretendo continuar neste caminho.
     - Você não sente falta da sua liberdade?
     O leão sábio respondeu: - Liberdade? Aquilo não era liberdade, amigo; aqueles anos eram uma rede prendendo-me à pena que eu sentia de mim mesmo. Você me mostrou a liberdade: sua esperança me deu asas, e minha responsabilidade com você era o vento que nos levantou.

sábado, 10 de outubro de 2009

Fábulas, Parte 03

E agora, a terceira da série, o easter egg referido no post anterior… E uma das minhas favoritas também =D

APATIA: A Tartaruga e seu Casco

Moral para os Iniciados: A preocupação o torna mais vulnerável a golpes poderosos, mas também dá uma razão para sua vida.

     Numa certa manhã, antes que clareasse, uma coruja velha e sábia descansava num canto perto da lagoa, pensando ser este um bom lugar para dormir durante o dia. Mais abaixo, ela percebeu que uma jovem tartaruga estava deitada no solo e coberta por folhas. Primeiro, a coruja pensou que a tartaruga estivesse dormindo, pois ela não se mexia nem um pouco. Mas então ela se perguntou por que a tartaruga não recolhia seus membros para a segurança do seu casco durante a noite.

     – Talvez a tartaruga esteja apenas descansando, – pensou a velha coruja. Então, alguns minutos mais tarde, – E se a tartaruga estiver doente? E se a tartaruga estiver morta? – A coruja não podia mais ignorar a tartaruga, e então voou até o chão ao lado dela.

     – Tartaruga, você está dormindo? – Perguntou a coruja.

     A tartaruga levantou lentamente a sua cabeça pra olhar a coruja. – Não, – ela respondeu.

     A coruja curvou-se para ver o rosto da tartaruga. – Você está doente?

     – Então, pelo amor de Deus, o que há de errado? – Perguntou a coruja.

     A tartaruga, indiferente, repousou a cabeça lentamente sobre o solo. – Por que você se preocuparia?

     – Porque sou sua vizinha. – A coruja bateu o pé. – O que há de errado?

     Olhando para a lagoa, que estava começando a congelar com o toque gelado do outono, a tartaruga respondeu, – Se você quer saber coruja, eu lhe direi. A cobra é uma inimiga poderosa, que matou toda a minha família e meus amigos. Eu sou a única tartaruga que resta nesta lagoa.

     A coruja ficou surpresa. – E por que você fica aí exposta para a cobra se ela é tão perigosa? – Ela perguntou.

     A tartaruga bufou. – Porque eu não me importo se ela me matar… Eu não tenho mais motivos pra viver.

     – Lógico que tem, – a coruja a encorajou. – Você precisa lutar para ajudar a lagoa, livrando-se da cobra. Você precisa se lembrar dos seus amigos e familiares que morreram.

     – Mas como eu farei isso se eu não quero mais viver? – Disse a tartaruga.

     A coruja pensou por um momento, e então respondeu: – Eu conheço uma maneira, mas você precisa confiar em mim.

     A tartaruga bocejou, – Faça o que quiser. Eu não ligo.

     A coruja disse, – Então eu preciso que você saia do seu casco.

     A tartaruga pestanejou. – Para fora do meu casco? Por quê?

     – Ah tartaruga, – disse a coruja – você se preocupa com o que acontecerá com o seu refúgio? Não se preocupe… Eu quero só carregá-la sobre a lagoa para que você possa ver onde a cobra está.

     A tartaruga considerou a proposta da coruja, e então emergiu lentamente do conforto de seu casco para o ar gélido da manhã. – É bom que encontremos a cobra, – avisou a tartaruga.

     – Não se preocupe, – disse a coruja velha e sábia – você vai encontrar o seu inimigo logo, logo… – Com isso, ela pegou a tartaruga com as suas garras e decolou. Lentamente, ela bateu as suas grandes asas brancas e levantou ambos acima das árvores e da lagoa. À medida que subiam, o sol nascia e o ar ficava mais quente.

     A tartaruga olhava para baixo, para a pequena lagoa e seu casco ainda menor, abandonado, muito longe de si, e repentinamente sentiu-se livre de um grande peso. – Coruja, – disse ela – como eu poderei agradecê-la?

     A coruja sábia respondeu: – Viva como uma coruja, sem uma casca, pois aí você irá permanecer forte, independente e livre dos seus fardos terrenos. Em segundo lugar, busque seus propósitos, pois neste caso você terá uma razão para permanecer deste jeito.

     A coruja desceu das alturas e e colocou a tartaruga de volta no chão. Ela perguntou: – Você encontrou seu inimigo?

     Então a tartaruga percebeu que a vista era tão bonita que ela se esquecera de procurar pela cobra. – Na verdade, – ela disse – a única coisa além da lagoa e das árvores que eu lembro ter visto foi o meu casco.

     – Então, – a coruja velha e sábia disse – você encontrou seu inimigo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Não se constrói um castelo sem antes destruir o anterior

     Título pomposo esse, não? Eu estou enrolando esses dias pra escrever, e vou me desculpar, e larilari (imaginem outra ladainha deste que vos fala, falando sobre zilhões de motivos pra não ter atualizado o blog… Na realidade sei que apenas a minha senhora, e única leitora =D imaginou, então beleza xD) Com isto posto, falar sobre algo que me assolou esses dias, talvez tecendo comentários paralelos.

     Estes dias, eu cansei. Não de ficar cansadinho, dias exaustivos, e tal… Cansei, mandei tudo à minha volta às favas… Bem, não exatamente tudo (mow não vai nem por decreto \o/), mas sabe aquele sentimento de que você não deveria ter acordado naquele dia, que eu chamo de depressão? Pois é, eu estava inteirando um mês nisso, o o crítico dessa situação foram essa última semana e meia… Encurtando bastante o assunto, foi um misto de desânimo acadêmico + familiar + emocional + x-salada e toda a parafernália associada; eu tava mal pra caralho mesmo /o\

     “Mas sim, e daí Marco Aurélio, o que o cú tem a ver com as calças?” Beleza, fim do poço, ai vou euuuuu… Bem, na realidade eu resolvi pensar sobre a minha vida mais uma vez, no meio desse caminho, e jogar um pouco com a sorte (aka olhar o Arte da Prudência, pensar um pouco, ler uns livros de Rpg, pensar mais um pouco, ler uns livros de Física, pensar pra caralho, e provavelmente achar uma solução, regada a música pra cacete xD) Bem, quanto ao Baltazar, ele retornou isso (são os aforismos 57 e 58, da versão da  Martin Claret)

Ponderação traz segurança, e Saber dosar.

     Simples, não? O primeiro fala sobre pensar nas coisas, faze-las na sua velocidade, que vai ter frutos, e o outro diz em que intensidade fazer isso… Claro que têm outras coisas associadas aí, é legal ficar pensando nisso ^^ E é aí que chegamos ao título do post: Para poder entrar numa cadeia, é preciso quebrar a antiga… Pode ser de maneira bruta, cavala mesmo, que nem as grandes revoltas, ou pode ser fluido, calmo… Independente do método escolhido, o importante é quebrar a cadeia, provavelmente com um marco (não eu xD) associado… Pode ser uma coisa boba, (que de bobo não tem nada, pq parece que são as mais importantes ;p) como desmontar um avião de lego que vc montou, ou cortar o cabelo, ou até mesmo querer jogar Zelda no fim de semana… Ou dar um format c: na sua vida, dá no mesmo praticamente… E daí pegar o bonde andando, e quando vc menos ver, voilá! Você estará com a vida que vc quer, e vai se passar por isso… Que venham as ondas, que os maremotos, furações, todas as coisas resolvam lhe molestar ao mesmo tempo… Dane-se, pq vc é mais forte que o Trovão, mais inabalável que as Leis Físicas… Se é o que quer, e esse é $o caminho para tal coisa, sua empresa vai ser alcançada, mesmo se a realidade fizer frente… Tolerância Zero, pegue seu anel de Lanterna Negro, sua espada e seu cavalo, e rideeeeeeee \o/

     Mas falando sério agora (foi mal, me empolguei xD), o processo é basicamente esse:

- Mergulhar dentro de si, e identificar o problema, e também o que vc quer (pode não parecer, mas as vezes o problema é o que vc quer);

- Destruir o problema, e repensar sobre os seus objetivos;

- Traçar planos que conectem você hoje ao vc com suas metas alcancadas. Posto de outra maneira, “Como vou conseguir o que eu quero?” Lembrar que sempre existem várias maneiras de ligar dois pontos…

- Take your flame sword, iron shield, seal the horse, and go for it!

     Terrivelmente simples, nao? Claro que é, como toda a vida… Mas ao mesmo tempo, terrivelmente complicado, pq os obstaculos parecem grandes, rotas longas, objetivos supérfluos… O segredo é não desanimar, reavaliar as coisas quando parecem realmente complicadas, e perserverar… E lembrar que, mesmo após uma batalha, vc precisa descansar, seu cavalo beber uma água, sua espada ser amolada… A pedra sempre é pequena pra se tropecar, nao há ninguem alto demais que nao possa cair, e sempre há um casco pra nos atrapalhar… Mas, se isso fosse sempre fácil, qual seria a graça da vida? ^^

     E sim, pra finalizar, pq caralho, falei coisa pra porra…

Eu já destruí meu castelo, matei minha Hidra, e indo atrás de outras pelejas… E você, o que fez hoje?

See ya at the Next Savepoint \o/

Aurélio

Ps.: Bem, parece direcionado pra cacete, não? (É, estou falando procê também menininha xD) Mas não é, são apenas reflexões mesmo; Sinta-se à vontade pra discordar =) Pensando agora, poderia ter sido um texto mais calmo, mais elaborado… Mas resolvi escrever assim, só pelo fato de ser sexta… E tem um easter egg também nesse texto… Mas vai aparecer amanhã, ou na segunda =D

domingo, 4 de outubro de 2009

Fábulas, Parte 02

     Bem, continuando o Post anterior sobre as estórias, cá estamos com mais uma ^^

MELANCOLIA: O Peixe e a Lagoa

Moral: Tome cuidado com três coisas: Seu poder recém descoberto, seus inimigos que saibam usar isso contra você e, acima de tudo, você mesmo quando descobrir que não conseguirá superar nenhum dos dois.

     Era uma vez uma lagoa cujas profundas águas desaguavam no mar, onde vivia um peixe que podia nadar mais rápido, mais longe e por mais tempo do que qualquer um de seus companheiros de cardume. O peixe se gabava muito de suas habilidades para a família e amigos, até que todos ficaram cansados de sua ostentação. Seus companheiros de cardume, que ele havia humilhado demais, queriam matá-lo, mas não ousavam fazê-lo diante de todos os outros peixes da lagoa.

     Porém um dia, um dos companheiros de cardume do peixe disse: – Irmão, não acreditamos que você possa chegar antes de nós até o outro lado da lagoa. Queremos que você nos prove isto.

     O peixe disse: – Eu já cheguei ao outro lado da lagoa e voltei antes de todos vocês muitas vezes. Por que eu deveria tentar de novo quando sei que vou ganhar?

     Os companheiros de cardume, que já haviam antecipado sua resposta, replicaram: – Você está certo. Você é um nadador melhor que todos nós combinados. Talvez devêssemos mudar o jogo.

     – Oh? – Disse o peixe – E como vocês acham que o jogo deve ser mudado?

     Um dos companheiros de cardume do peixe respondeu, – Está vendo aquela mosca no junco, bem acima da água?

     - Sim… – Disse o peixe, vendo uma mancha preta indefinida muito acima da superfície da água.

     - Um de nós irá saltar da água e pegar a mosca. Para vencê-lo, você precisa saltar a mesma altura ou mais alto.

     O peixe, que nunca tinha sido vencido pelos seus companheiros de cardume desta maneira, concordou. Seu competidor, que iria primeiro, nadou até o fundo da lagoa e lançou-se para cima, cada vez mais rápido e passou pelos outros peixes que haviam se juntado ao redor para observar. E com precisão, o companheiro de cardume do peixe saltou da superfície da lagoa, pegou a mosca em sua boca e então mergulhou novamente na água gelada.

     O peixe estava surpreso e invejoso. Com todo o poder que podia juntar, ele nadou para cima, passando pelos observadores e pulou para o ar aquecido. Ele navegava cada vez mais para cima, rumo ao sol quente do verão. Pensando que havia passado o topo do junco, ele agitou sua cauda e virou-se em direção à água.

     - Eu mostrarei aos meus companheiros de cardume quem é o melhor nadador da lagoa, e eles nunca vão querer competir de novo! – Pensou o peixe.

     Mas, ao invés de cair na água gelada como pensou, o peixe caiu no solo firme, na margem da lagoa. Incapaz de respirar, o peixe debatia-se, tentando se jogar outra vez para dentro d’água.

     - Ajudem-me! – gritou o peixe desesperadamente. Ele se debateu mais um pouco, mas nenhuma ajuda chegava. Logo, a visão sombria da morte o dominou, e ele repousou no solo quente, cansado e pronto pra morrer.

     Depois de esperar um pouco, seus companheiros de cardume juntaram-se na água ao redor da margem. Eles suspeitaram que o peixe saltaria tão longe e tão alto que cairia na margem, e se regogizaram, – Desculpe, mas você provou que nenhum de nós aqui é tão forte ou rápido o suficiente para salvá-lo. Mas pelo menos você venceu.

     O peixe se esforçou mais uma vez, mas sem esperanças, e logo morreu na margem da lagoa.

sábado, 26 de setembro de 2009

Fábulas, Parte 01

     Bem, faz tempo que não posto alguma coisa, mas isso é pelo fato de estar com vários textos em mente, mas com falta de tempo pra terminá-los. Mas, relendo um dos meus livros de Rpg (O Livro das Sombras, Guia de Jogadores para Mago: A Ascensão), me deparei com uma parte na qual ele discute sobre a evolução na Trilha do mago… Blábláblás à parte, são ótimos textos e, ao relê-los, fiquei com vontade de compartilhar, pois felizmente eles o são genéricos o suficiente. São 4 textos, e farei o favor de dividí-lo, até porque jogar tudo de uma vez evita que seja processado com clareza. No mais, enjoy \o/ (Afinal, só a minha única leitora bonitonha que lê isso mesmo =D)

CÓLERA: O fazendeiro e o Camundongo

Moral: A fome de conhecimento corrói as pessoas destinadas à Trilha, mas um entusiasmo demasiado mata aqueles que se entregam a ele. 

     Há muito tempo atrás, numa pequena fazenda do interior, vivia um Camundongo cujo único desejo no mundo era visitar a cidade. No começo da primavera, o Fazendeiro, que era dono da fazenda, estava se preparando para viajar para a Cidade onde compraria algumas sementes. Enquanto colocava a sela no cavalo, ele observou o pequeno camundongo subindo com dificuldade numa bolsa no fundo da sua carroça.

     - Ei, pequeno Camundongo! O que você está fazendo? – Ele gritou.

     O pequeno camundongo valente chiou: – Eu vou viajar com você para a Cidade, pois parece que você está indo para lá.

     - O que você quer encontrar lá, Camundongo? – Perguntou o fazendeiro, surpreso.

     O pequeno camundongo, com os olhos brilhando de antecipação, respondeu: – A resposta para tudo. Certamente na Cidade deve haver alguém que justifique a minha jornada, e eu pretendo encontrá-la.

     O fazendeiro balançou a cabeça negativamente. – A jornada para a Cidade é longa. A sua resposta vale deixar sua família e amigos aqui na fazenda?

     Ela vale tanto que posso sofrer e morrer por ela, fazendeiro. Eu faria qualquer coisa para saber a resposta para tudo.

     - Bem – disse o fazendeiro, um pouco surpreso – Eu  não posso prometer a você a resposta, mas você é bem-vindo para se juntar a mim, se conseguir cuidar de si mesmo.

     – Eu ajudarei você de todas as maneiras que puder! Declarou impaciente o camundongo, acomodando-se precariamente na sacola.

     - Então – disse o fazendeiro – Eu dirijo a carroça, levo a gente até a Cidade e arranjo comida ao longo do caminho, se você tirar a lama dos cascos dos cavalos, certificar-se de que os pinos do eixo das rodas estão no lugar e engraxar minha sela.

     - Farei isso, e até mais. – Prometeu o pequeno camundongo ansioso. E foi direto ao trabalho.

     Quando o camundongo terminou, o fazendeiro, que ficara observando disse: – Você tem muito talento, Camundongo. Eu ficarei feliz de tê-lo na minha jornada para a Cidade. – Dizendo isso, ele montou o cavalo e estalou as rédeas. O cavalo começou a um trote lento e a carroça deu um solavanco para frente.

     O pequeno camundongo nunca tinha estado numa carroça antes e logo foi tomado pela sensação do vento soprando contra seu pêlo. Ele escalou até o topo da saca, bem próximo da beira da carroça e ficou nas pontas dos pés, nariz contra o vento. Justo nesse momento, a carroça passou por um sulco na estrada.

     O camundongo, abalado pelo choque, caiu da carroça diretamente sobre uma poça que estava no caminho da roda. O fazendeiro, ouvindo os chiados amedrontados do camundongo, puxou as rédeas do cavalo na hora certa.

      – O que você está fazendo nesta poça, camundongo? – Gritou o fazendeiro.

     O camundongo bravo e ensopado berrou: – Você balançou a carroça e eu caí nesta poça. Você deveria ser mais cuidadoso!

     - Você não preferia estar de volta na fazenda?

     – Realmente não. Mas eu preferia estar segurando as rédeas do que deixar que você continue me jogando nas poças de lama desta maneira! – Disse irritado o camundongo.

     - Então tente camundongo, e veja como se sai. – O fazendeiro subiu na carroça e apoiou a cabeça contra a saca enquanto o camundongo subiu na sela do cavalo, pegou as rédeas e puxou-as com toda a sua força. O cavalo, não sentindo nem de leve o puxão, continuou a comer alegremente a grama.

     Finalmente, o camundongo disse para o fazendeiro: – Você poderia puxar estas rédeas para que possamos pelo menos começar? – O fazendeiro puxou as rédeas, e ele e o camundongo estavam outra vez a caminho.

     Depois de algumas horas de viagem, o camundongo disse: – A estrada para a Cidade é muito mais longa e difícil do que eu esperava, e estou começando a sentir saudades de minha família…

     A trilha é muito mais longa e difícil do que você imagina até mesmo agora, camundongo, e você vai sentir ainda mais saudades da sua família. A Resposta ainda vale esse preço? – Sorriu o fazendeiro.

     Sem hesitação, o camundongo respondeu: – Sim! Eu não a abandonaria por todas as famílias do mundo.

     Algumas horas mais tarde, eles chegaram até um morro onde a trilha descia rapidamente até um vale rochoso. Quando começaram a descê-lo, o cavalo e a carroça pegaram velocidade, e o camundongo segurou as rédeas com mais firmeza. Logo, o cavalo e a carroça estavam fazendo as curvas na trilha íngreme rápido demais para o gosto do camundongo.

     Ele puxou as rédeas, mas o cavalo continuou a correr tão rápido quanto antes. Desesperado, ele puxou as rédeas, agora a carroça balançava precariamente atrás do cavalo. O fazendeiro, que estava dormindo, acordou e subiu até a frente da carroça. Pegando as rédeas, ele fez com que o cavalo diminuísse a velocidade antes que se chocasse com uma grande pedra na estrada que certamente iria fazer a carroça e seus ocupantes capotarem.

     - Camundongo, você não viu o morro íngreme e as pedras no caminho? – O fazendeiro perguntou irritado.

     O camundongo respondeu: – Sim, mas o cavalo não obedecia aos meus comandos.

     O fazendeiro disse: – Não é culpa do cavalo, mas sua, pois não tinha a habilidade para controlá-lo. Eu vou ficar com as rédeas, e você vai aprender a guiar um cavalo me observando.

     E assim fez o fazendeiro. Quanto ao pequeno camundongo espertalhão, durante o resto do dia, e o resto da jornada, ele observou cuidadosamente o fazendeiro, prestou atenção no caminho para a Cidade e nunca mais reclamou sobre quem segurava as rédeas.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Reflexões sobre Contrato Social, Leis e a Sociedade em geral

     Bem, diferentemente dos textos inseridos até agora, mas não fugindo do espírito deste blog, gostaria de citar alguns pontos que apareceram depois de um tempo de leitura de algumas obras clássicas, bem como um pouco de reflexão, e discussão sobre o assunto. Independente de minha opinião pessoal, a discussão leva à solidez do argumento, e é a melhor maneira de entender os problemas citados. Enfim, vamos deixar de blábláblá e começar...

     Acho que, se prestarmos atenção à sociedade nesses últimos tempos, parece que vemos uma apatia generalizada do povo com respeito à política, ao sistema econômico, reclamações quanto à validade das leis, taxas, enfim, todo um hall de reclamações infindáveis sobre o caos em que a sociedade brasileira (cito nossa terra Brasilis pois é o que vivemos mais proximamente) está imersa. Se olharmos bem, essa apatia se reflete no próprio cidadão, que fica acomodado com a situação, ou tenta resolver o problema evitando a "máquina social", coisas típicas do famoso "jeitinho brasileiro". Mas, será que isto é certo? Vamos considerar alguns pontos sobre essas reclamações:

     Primeiro, "A política brasileira não presta." Bem, esse está se tornando um dos jargões mais batidos que ouvimos ultimamente. Certo, a política está uma droga, e vale a máxima (acho que é de Hegel),

     "Cada povo têm a Constituição que lhe é adequada e que lhe convém..." 

     Ou seja, a política é fruto do próprio povo. Simples, não? Se pensarmos em termos do pacto social (Rousseau), fica ainda mais claro que a política de hoje é fruto pura e simplesmente dos atos da sociedade. Bem, o poder do Estado emana do povo! Então porquê cargas d'água não tomamos ciência disso, e somos mais conscientes na hora de votar, escolhendo representantes mais dignos, mais alinhados com os nossos interesses? Aqui os mais sensatos podem notar que esbarramos em outro problema bradado aos quatro ventos que não possui nenhuma solução também, que é a Educação:

     A Educação é a mais poderosa arma que podemos dispôr. Com ela, pensamos racionalmente, efetivamos argumentos, dentre outras coisas muito importantes. O problema aqui é que a educação, a meu ver, deve ser usada para formar o chamado ser social, ou cidadão, O membro da sociedade totalmente ciente de sua posição e importância dentro desta, e capaz de tomar decisões em prol da manutenção do pacto social. Mas o que temos atualmente é o total oposto, isso quando são esboçadas soluções para o problema: A educação é vista como uma ferramenta não para a formação do ser social, mas sim de uma espécie de "técnico geral", provavelmente uma espécie de autônomo que só pensa em estudar o necessário para a sua profissão, e para ganhar dinheiro... Sempre pensando no mínimo, não na eficiência; Na pressão, não em um estudo pormenorizado e linear. Provavelmente, estou sendo ideal demais, mas o meu reducionismo me diz que isso não é uma coisa complicada de se realizar. O problema é que este é um projeto de longo, médio prazo no mínimo, e o povo parece ter uma memória de registrador ;~~

     Outra coisa a se considerar neste esquema é a economia: Particularmente, esta última crise fez com que o povo experimentasse uma espécie de "pânico generalizado", embora a maioria, com certeza, não saiba explicar o quê é esta crise, e menos ainda sabem explicar de maneira simplificada. Ao invés de me deter em um embate sobre o socialismo vs. capitalismo (mais velho que a posição de cagar ;p), temos que lembrar que a economia não é uma coisa isolada, mas algo natural que aparece quando iniciamos o pacto social (Engraçado, quando você lê Rousseau, percebe-se que tudo gira em torno do bendito contrato ^^), e não como um sistema isolado a isso. Eu particularmente prefiro o capitalismo, (pois o socialismo é mais que um sistema econômico - há!) por compartilhar a visão que a maioria dos pensadores clássicos (como Adam Smith, por exemplo), de que o capitalismo estimula mais a competição, inovação, e todo aquele blábláblá que é muito importante para a evolução da sociedade em geral. Claro que existe o problema da polarização (par rico-pobre), e da selvageria do sistema, mas isso são coisas que devem ser decididas pelo povo, na figura do Estado.

     E outro ponto importante, que devido às minhas habilidades, parece desconexo: As leis do Estado. Um dos dispositivos de coesão da sociedade, as leis não são coisas totalmente infundadas: São nada mais que convenções, Que mais uma vez emergem quando estamos criando o pacto social. Então, devemos seguir as leis não por uma questão pessoal, mas pela sociedade depender do cumprimento destas para o seu funcionamento. Claro que este argumento parece frágil, mas não é: Uma vez que o quantum da sociedade é o cidadão, e seu "rendimento" é essencial para a coesão da mesma (termos frios, não?) certas leis tornam-se demasiadamente óbvias. Mas, se sabemos que as leis devem ser seguidas, porque teimamos em quebrá-las quando "não tem ninguém olhando?" Ou pior, as desrespeitamos na cara-de-pau, e arrumamos mil subterfúgios para justificar a infração. Mais uma vez, a solução do problema está no fato de podermos evocar nossa vontade via nossos representantes no sistema político. Mas meu ponto aqui é que leis devem ser seguidas, pois ela é um dos pontos importantes para a manutenção do pacto social.

     Bem, acho que por ora posso parar por aqui. Provavelmente este é um final súbito, mas as discussões foram ricas demais, e minha memória sempre faz o favor de evitar que eu transcreva com exatidão minhas idéias. Mas nada que uma discussão pormenorizada seja possível, até para testar a força do argumento. Pode parecer reducionismo meu, mas atualmente estou me enveredando por essas áreas (por puro esporte ;p), até porque isso não é nenhum bicho de sete cabeças, e altamente interconectado; Raciocínio puro e simples, acredita? ^^ Olha a prova do Crime:

 
See ya at the Next Star o/

Ps.: Eu sei que era pra ter recheado com mais citações, mas fiquei com uma preguiça demoníaca /o\ Mas, aqui está \o/